domingo, 23 de agosto de 2009

Morro no altar de mim, 2009
Fernando Pessoa “De que te serve o teu mundo interior que desconheces? Talvez, matando-te, o conheças
finalmente…Talvez acabando, comeces…”
Este Projecto surgiu da ideia de egocentrismo, andar em torno de si, e a dado momento vai
existir uma quebra, um sair de si que coincide com o momento em que se constrói
conhecimento a partir do exterior. Tal como menciona Jacques Bossuet “No Egipto, as
bibliotecas eram chamadas ''Tesouro dos remédios da alma''. De facto é nelas que se cura a
ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”. É partir deste
conceito que se vai fundamentar o inicio da desindividualização do ser, Sidonie Collete
“Conhecer aquilo que dele estava escondido é, para o homem, a embriaguez, a honra e a
perda de si próprio”. Desta forma pretende-se questionar o acto criativo e qual a importância da
intelectualização para que o artista possa criar a sua arte e deixar assim marcadas as suas
experiencias.
O corpo neste trabalho apresenta-se como um factor importante da individualização do
indivíduo, principalmente nos primeiros desenhos onde existe o cunho pessoal do ser que
habita um determinado corpo, e ao eliminar determinados elementos que o caracterizam ele
começa a ser desindividualizado. O corpo não é o mais importante, mas sim o que habita nele,
é isso que mais interessa representar.
Através de 15 desenhos divididos em três painéis, onde o processo criativo passa pela auto
representação, e a procura de uma representação corporal expressiva, vai-se dando inicio ao
processo de libertação, individualização, desindividualização e intelectualização do ser.
Afinal qual o peso do nosso corpo naquilo que somos?
É um projecto que visa questionar o que somos e a introspecção que fazemos de nós próprio